domingo, 29 de julho de 2012

Lua-e-estrelas

O que mais machuca um coração é ser obrigado a fazer aquilo que ele não quer. A felicidade, ou melhor a sua zona de conforto é desfeita, e a volta dela não depende de você. Ser obrigado a ter um modo de vida muito diferente daquele que você tinha, totalmente contra sua vontade e seu coração dói muito. Se acostumar é muito diferente de estar bem. O bem-estar não virá enquanto o coração não querer, e isso machuca muito, muito em muito pouco tempo. Vou medindo a dor a cada dia e percebo que ela não diminui, apenas me acostumo a ela. O fato de se acostumar cria distrações na mente, e a correria do dia-a-dia vão lentamente distraindo a dor, que fica ali, empacotada dentro do coração. Assim que a solidão chega, o coração lateja forte e abre as grades dessa dor. O fato de se acostumar não influencia em nada, nada vai apagar a dor, e toda vez que a noite cair, que essa casa ficar vazia de novo, e apenas a luz do quarto iluminar minhas folhas, vai doer. Eu vou me lembrar de tudo novamente, a saudade vai ser imensa, e novamente vou me ver perdido em lágrimas. Ó como dói... A mesma dor, na mesma medida, a mesma saudade na mesma medida, e tudo, tudo contra o meu coração tão machucado. Nada que exista, nada que eu possa fazer vai me trazer aquela khaleese de volta, nada depende mais de mim. E a outra pessoa, tão mais lapidada que surge dentro de mim está repleta de novos sonhos, de novas perspectivas, mas nunca, nunca a minha lua-e-estrelas sairá da minha cabeça, e nem do meu coração. Queria eu, que os deuses mais comuns e menos comuns, e tudo mais pudesse trazer a alegria de novo pro meu peito, aquele sorriso perto do meu e todas as outras sensações que existiam antes. Só vou ser forte dessa vez, e não chorar pra não sujar mais o teclado. Isso, se eu conseguir.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Erva-mate

Nem o mate e a água quente não esquentam mais. Entro pela porta, coloco a bolsa perto da escrivaninha e ligo o computador. Olho a volta e vejo que a solidão é a minha melhor amiga. Flashs de companhia acompanham muito, por muito pouco tempo. Coloco a água pra ferver, abro a porta de vidro da sacada e fico ali fitando aquele pinheiro-do-paraná, enquanto o vento frio arrepia o calor da pernada até em casa. E assim se seguem, eu e minha fraqueza vagando pelo frio, sem nem conseguir se esquentar. E tamanha fraqueza trás a cabeça o gigantesco turbilhão de sentimentos, de emoções, de nostalgias e saudades breves. O passáro que voava, foi aprisionado em uma gaiola, e nada do que ele fizer vai tirá-lo de lá. Sento no banquinho, dou aquela apalpada na erva e a água quente abre caminho pra bomba que se encaixa, suavemente. Não dá mais do que algumas horas, algumas lembranças pras lágrimas cederem. A cada gesto modesto que faço, a cada objeto que vejo e lugar que visito me faz lembrar de tudo, e que só resta a solidão, e a decepção. Nem as novas sensações, as novas experiências e as novas companhias apagam o vazio que carrego no peito. Cada pontada que sinto, escorre pelos olhos, e que escapam por pouco da cuia. Aí que o pobre coitado se desdobra e vira um fraco, um nada pra ninguém. Se ao menos as coisas e as pessoas fossem mais comuns, se tantos obstáculos fossem levemente menores, talvez esse vazio já teria amenizado, e a cicatriz já começaria a aparecer. Mas não. E não. E cada vez que penso que estou melhorando, eu pioro, e machuca, e dói demais. Aí aparece a indignação, mais forte do que nunca, que escorre pelos olhos. Nada muito diferente de como as coisas eram antigamente. Eu só havia desacostumado a ser infeliz, e tanta felicidade me viciaram, me fizeram acreditar em muita coisa novamente, que sumiu de novo. E denovo, acreditei na felicidade. Mais uma cicatriz, essa é a maior, sem dúvidas, a que formiga durante a noite, e lateja quando o chimarrão não esquenta mais.

domingo, 15 de julho de 2012

I'm back

Pois então voltei-me. Acho que já estava na hora de eu dar as caras por aqui. Esqueci de que é bom postar, até quando a vida vai bem, mas acabei relaxando. Mas voltei pro meu único porto seguro de verdade, aonde posso estrapolar minhas emoções e sensações, de forma que eu mesmo entenda um pouco do que sinto e de como as coisas funcionam (cabeça de engenheiro). Acho que não vem ao caso o que me aconteceu pra voltar pra cá, mas foi um tombo grande, e ainda sinto as dores dele e muita coisa ainda me machuca e a nostalgia anda me consumindo quando minha cabeça está vazia. Espero postar uma vez por semana, provavelmente nos domingos à noite, que é meu tempo de vagabundagem mesmo, que só fico moscando no fb. Pretendo escrever umas crônicas também, de forma que eu consiga passar melhor pro papel (tela do computador) o que sinto, e a minha opinião sobre as coisas (dica de alguém que me perdoe mas não lembro, mas que me disse pra tentar crônicas, que eu me daria bem). O que importa é que a pior parte passou, agora só ficam as dores e a indignação, que espero que com o tempo eu volte a sorrir mais sinceramente e menos forçadamente.